Faleceu neste sábado, aos 88 anos, o músico Rafael Koller. Bandoneonista desde criança,
iniciou com uma gaita "botonera" aos 6 anos. Aos 8, foi apresentado
ao bandoneon através dos ensinamentos de seu avô. Deste então, o instrumento
passou a fazer parte de sua vida.
Nasceu em Tapes em
novembro de 1931, mas foi criado em Sertão Santana. Se formou em Estruturas
Metálicas pela Aeronáutica, mas, após formado, abriu uma oficina de automóveis.
Em 1977, já com 46
anos, veio para capital gaúcha, onde foi descoberto como instrumentista e
permanece até hoje acompanhando grandes músicos e cantores na noite
porto-alegrense.
Fez parte do Grupo
"Os Tapes", de onde também se origina o saudoso José Cláudio Machado,
do qual sempre conta lembranças com carinho.
Participou de dezenas
de festivais como a Califórnia da Canção Nativa.
Na noite de 06 de junho
de 2017 Rafael Koller foi assaltado e
levaram, além de seu carro - um Fiat Uno, seu grande tesouro: O BANDONEON! O
veículo foi recuperado após alguns dias, mas o instrumento de tanta estima
continuou desaparecido e seus amigos fizeram uma vaquinha para adquirir um novo
instrumento.
Por quase uma década,
cruzar a porta de um dos mais tradicionais redutos boêmios do Centro Histórico
às terças-feiras era como atravessar um portal: aos primeiros acordes do
bandoneon de Rafael Koller, Porto Alegre convertia-se nos subúrbios da Buenos
Aires do começo do século 20, de onde os clientes só saíam depois do último
tango. A passagem fechou-se em silêncio no início do ano passado. Sem alarde, o
músico aos 87 anos retirou-se da vida noturna da Capital, encerrando a noite
temática que virou marca registrada do bar Odeon, na Rua General Andrade
Neves.
Hoje ele passa a animar a noite grande da sesmaria do infinito aonde permanecerá tocando eternamente.
