Ontem, dia 16, o Almanaque Gaúcho de ZH, assinado pelo jornalista Ricardo Chaves, trouxe uma linda matéria sobre o Professor Brilhante, fato que me repontou
para uma fase muito difícil de minha vida.
Eu conheci o Prof. Brilhante, logo que cheguei em Porto
Alegre, ainda rapazote, pois eu ia todos os dias na Igreja do Rosário, no
centro da capital, pedir a Nossa Senhora Aparecida que me ajudasse neste começo
de jornada na cidade grande. Terminava minha oração e ia apreciar os belos
quadros daquele senhor que morava nas dependências da igreja e ganhava a vida desenhando
os rostos das pessoas. Como eu tinha pendores para o desenho ficava por ali,
proseando com ele e admirando sua arte.
Contudo, nunca mais voltei ali e fiz uma promessa: - Vou me aprimorar na arte do desenho e um dia fazer meu autorretrato. Dito e feito. Assim que me vi em condições, talvez carregando comigo aquela frustração, fiz o desenho que está na parede de meu rancho há mais de 30 anos.
Certa feita, sem nada para fazer, ele me pediu que sentasse
no banquinho e começou a me retratar. Eu nem acreditava naquilo.
Quando terminou me chamou para ver o resultado meus olhos pareciam saltar pela
boca de tanta admiração, não por minha beleza rsrsrsr... mas pela perfeição da obra.
E aí vem a parte triste.
Como ele sabia que eu não
tinha como pagar pelo quadro, pegou uma borracha e apagou meu rosto. Foi uma
das maiores desilusões que tive embora hoje eu entenda sua atitude pois aquilo
era o seu ganha-pão.
Contudo, nunca mais voltei ali e fiz uma promessa: - Vou me aprimorar na arte do desenho e um dia fazer meu autorretrato. Dito e feito. Assim que me vi em condições, talvez carregando comigo aquela frustração, fiz o desenho que está na parede de meu rancho há mais de 30 anos.