Resumo 45 - Viagem ao Rio Grande do Sul / Por: Jeandro Garcia
Maio de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire
Maio de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire
Missões prósperas - Decadência das aldeias - Estrutura de
Rio Pardo - Veranico - Embarcações
Conforme ouviu dizer, quando os portugueses conquistaram a
Província das Missões, elas ainda estavam longe da decadência. Haviam 14mil
índios bem nutridos e bem vestidos, vastos terrenos cultivados, casas de
comércio abarrotados de gêneros e estâncias repletas de gado. Os índios caçavam
animais selvagens e deixavam em suas terras para engordar.
Com a vinda dos espanhóis foram obrigados a deixar a caça,
pois não eram mais suas terras. Não mais abateram seus gados, pois os
portugueses utilizavam para abastecer suas necessidades, e os administradores
vendiam conforme a sua vontade. Em pouco tempo as povoações já haviam perdido
essa rica fonte de recursos.
O couro e o trigo são os principais gêneros vendidos ao Rio
de Janeiro em Rio Pardo, ao qual compra quase todas as suas mercadorias.
Saint Hilaire desde que esta na cidade o tempo se mantém
magnífico, lhe informaram que esta época chamam de verãozinho de maio, ou veranico
de maio.
A rua principal é pavimentada, as casas de Rio Pardo
geralmente são telhadas, algumas grandes e bem construídas, muitas de um e até
dois andares. Quase todas que pertencem a famílias ricas possuem sacadas de
vidro.
Há um grande comércio de lojas e armazéns comestíveis na rua
principal, embora a cidade seja rica e comercial nada foi feito para facilitar
o desembarque de mercadorias, rebaixando as margens do rio e pavimentando as
ruas de acesso.
As embarcações que transportam mercadorias de Porto Alegre a
Rio Pardo são chamadas de pirogas ou canoas. São pontudas, no centro um mastro
e possuem em torno de 55 palmos de comprimento por até 20 de largura.
Geralmente nunca há mais que dez no porto, mas gastam poucos dias para carregar
e descarregar.