Um vídeo circula nas redes sociais mostrando um grupo de cavalarianos agredindo quatro rapazes skatistas. O fato aconteceu na manhã de segunda feira, dia 28, na cidade de Gabriel, na região central do Estado. Não vamos postar tal filmagem aqui porque não compactuamos com atos de violência.
Não queremos aprofundar demasiadamente nossos comentários pois não sabemos, exatamente, o que originou as agressões mas, ao que aparece no monitoramento, não há razões justificáveis par tais atos medievais.
Somos do pensamento de que toda pessoa deve honrar as roupas que veste e que a bota e a bombacha, embora tenham um passado de lutas, não dão a ninguém atestado de virilidade. As vestes do gaúcho devem ser respeitadas, honradas e não são as patas de cavalos e estalos de mangos que tornam alguém mais homem que o outro. Temos que pensar bem em nossas atitudes, principalmente ao carregarmos nossas pilchas.
Eis a matéria que tem por fonte o G1 / RBS TV
Polícia Civil investiga
as circunstâncias de uma briga entre um grupo de homens a cavalo e adolescentes
que andavam de skate no Centro de São Gabriel, na Região Central do Rio Grande
do Sul, na madrugada desta segunda-feira (28). Um vídeo gravado por uma câmera
de monitoramento mostra pelo menos sete cavalarianos perseguindo e agredindo
quatro jovens (veja acima).
Os cavalarianos estavam
pilchados – vestidos com pilcha, como é chamada a indumentária típica do Rio
Grande do Sul. O vídeo começa com um deles bloqueando a passagem de um
skatista, que vinha no sentido contrário, e outro homem a cavalo o acertando,
pelas costas, com um relho – espécie de chicote que integra a pilcha. O
adolescente tenta fugir, mas volta a ser golpeado e, junto com outro skatista,
revida, dando início a uma briga generalizada. Alguns motoristas que passavam
pela faixa tiveram de parar para não atropelar os envolvidos na confusão.
O delegado José Bastos,
responsável pelo caso, afirma que os cavalarianos são moradores da cidade, e
retornavam de um protesto de apoio à greve dos caminhoneiros. Os adolescentes
têm idades entre 13 e 16 anos. Nenhum deles ficou ferido com gravidade, mas os
cavalarianos deverão responder por lesões corporais, falsa comunicação de crime
e denunciação caluniosa.
"Os cavalarianos
foram os primeiros a virem à delegacia. Eles falaram que tinham sido agredidos,
mas na verdade foram eles que agrediram os skatistas. Até há uma reação dos
skatistas depois, então estamos avaliando", disse o delegado.
As imagens foram
gravadas por câmeras de segurança interligadas com a Polícia Civil, por meio de
um sistema de videomonitoramento colaborativo. O delegado acredita que a confusão
teve início quando um dos skatistas foi de encontro a um cavalariano na pista.
"Na imagem, os
cavalarianos estavam transitando na rua, os skatistas se deslocam no sentido
contrário, e no decorrer disso eles se esbarram. Isso provocou a discussão
entre eles, e depois ocasionou as agressões", cogita.
Por meio de nota, a
Coordenadoria Tradicionalista Municipal (CTM), entidade que representa os
tradicionalistas de São Gabriel, afirmou não ter relação com o fato, e criticou
a atitude dos cavalarianos. Leia abaixo:
NOTA DE REPÚDIO
A Patronagem da CTM -
Coordenadoria Tradicionalista Municipal repudia os atos de violência envolvendo
um grupo de cavalarianos na noite de domingo (27/05), no centro de São Gabriel,
onde quatro adolescentes foram vítimas de agressões.
Destacamos que os atos
não correspondem as atitudes de homens e mulheres que defendem a nossa cultura.
O tradicionalismo é grande e forte, porque tem, em seus princípios, a defesa
dos direitos de cidadania, os princípios constitucionais de ir e vir, e, acima
de tudo, respeita todas as formas de expressão cultural e artísticas.
Desta forma, nossa
instituição, que representa o tradicionalismo gabrielense, vem de maneira
oficial se posicionar e informar que estes homens, vestidos de bombacha, lenço
e apetrechos e que fazem o uso indevido de cavalos, um dos símbolos do povo
gaúcho, não representam o NOSSO TRADICIONALISMO.
Pelo contrário, são
pessoas que, com atitudes desumanas e de violência, acabam denegrindo a imagem
do GAÚCHO, que, pelo contrário, tem no trato com a cultura, o exemplo de
respeito e civilidade.
Por fim, a Patronagem
da CTM garante que está sendo providenciada a identificação dos envolvidos no
caso e, se comprovada a ligação destas pessoas à entidades filiadas a
Coordenadoria, nossa instituição determinará que medidas legais sejam
assumidas, incluindo a proibição delas em eventos promovidos pela CTM.
JÚLIO MOREIRA
Patrão da Coordenadoria
Tradicionalista Municipal
SÃO GABRIEL