No dia 27 de fevereiro de 2011 faleceu o poeta Zeno Cardoso Nunes. Zeno nasceu em 15 de
agosto de 1917 sendo natural de São Francisco de Paula e foi, por duas
gestões, presidente da Estância da Poesia Crioula. Ocupava a cadeira 27
da Academia Rio-Grandense de Letras. Autor de diversos livros, escreveu,
juntamente com seu mano Rui Cardoso Nunes, o Dicionário de
Regionalismos do Rio Grande do Sul, um dos livros gauchescos mais
vendidos de nossa terra. Destacava-se, entre centenas de belíssimos
poemas de sua marca, o conhecidíssimo Briga de Touros: ...Dentre
aquela sentida orquestração / destacou-se um mugido forte e grosso / que
reboou plangente no rincão: / Era o berro do touro brasileiro/lamentando o
destino do estrangeiro / que quisera ser dono do seu chão.
Tive o prazer de dividir uma obra intitulada Três Poetas Serranos com os manos Rui e Zeno e posso testemunhar o brilhantismo poético e humano que acompanhavam estes dois escritores. Zeno Cardoso Nunes estava com 93 anos de idade.
No dia 27 de fevereiro,
do ano de 1844, ocorreu o famoso Duelo
Farroupilha entre Bento Gonçalves e seu primo Onofre Pires. O
embate aconteceu
após Onofre confirmar, por carta, diversas injúrias que vinha fazendo
publicamente a Bento. O encontro para tirar as diferenças aconteceu as
margens do Arroio Sarandi (em Santana do Livramento) sem a presença de
testemunhas. Bento, 10 anos mais velho mas excelente espadachim,
fere Onofre no ombro e na mão mas não leva a cabo o duelo e com seu
próprio lenço faz um torniquete
em Onofre e volta a cidade. Dias depois o Coronel Onofre Pires morre de
gangrena oriunda dos ferimentos.
Pinheiro Machado (sentado ao centro, de chapéu branco)
com seu estado-maior maragato / Revolução Federalista
Também num dia 27 de fevereiro, mas no ano de 1894,
ou seja, meio século depois do Duelo Farroupilha, os Maragatos vencem
os Pica-paus no Combate de Tarumã na cidade de Passo Fundo, na Revolução
Federalista. Tal revolução teve como causa a instabilidade política gerada pelos
federalistas, que pretendiam "libertar o Rio Grande do Sul da tirania de
Júlio de Castilhos", então presidente do Estado e também conquistar uma
maior autonomia descentralizando o poder da
então recém proclamada República empenhando-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear uma
guerra civil, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e que foi
vencida pelos pica-paus, seguidores de Júlio de Castilhos.