Embora não sendo
viciado em nenhum jogo, sempre gostei de competições. Todo tipo de disputa
sadia sempre me atraiu, ao menos para olhar.
Desde os tempos em que
minha mãe matava uma galinha e meu irmão e eu ficávamos esperando alguém comer
o peito para ficarmos com aquele osso que forma um V (o jogador). Cada um puxava um lado e aquele que ficasse com a
parte maior era o vencedor.
Depois veio a fase das
tampinhas de garrafa. Com uma pedrinha e as tampinhas viradas de boca pra cima,
a gente batia nas beiradas, a que virasse era da gente. Cada um apostava uma
duas três tampinhas por jogo. As vezes saia com o bocó cheio, outras, liso que
nem sovaco de rengo.
"Bater
figurinhas" era para quem tinha álbum, mas eu gostava de ver as disputas
da gurizada.
Isto sem falar nas bolitas,
futebol com bola de meia, bola de borracha...
Já mocito cheguei a
frequentar algum rinhedeiro mas, realmente, dava-me dó dos galos e acabei não
aderindo àquele esporte. Gostava mesmo é de carreira e do ambiente que
circundava uma cancha reta.
Nunca fui muito bom mas
apreciava quem atirava um osso com precisão. - Suerte! - Culo! Oiga-lê coisa
bem linda um braço firme e, não raro, uma encrenca arrematando um fim de
domingo nas tardes bolicheiras do meu rincão que já vinha se arrastando num
gritedo de truco cego com um mentiroso "cantando flor".
Hoje, com os sessenta
janeiros dando ôh de casa em minha vida, fico jogando com a sorte de que os meus
filhos, nas madrugadas de Porto Alegre, ao pegarem um taxi, tenham como
motorista um homem de bem e não alguém que possa ser um estuprador, um
traficante, um viciado, um assassino devidamente credenciado pela EPTC.