AH... OS MEUS SESSENTA ANOS...
(Léo Ribeiro)
Hoje cheguei aos sessenta...
Foram anos bem vividos!
Minha gente, meus amigos,
meu rancho que o sol aquenta.
A idade não me apoquenta,
sigo na lida, peleando,
pedindo ajuda, ajudando,
sem mudar meu jeito cru
pois quem nasceu pra tatu
há de morrer cavocando.
pedindo ajuda, ajudando,
sem mudar meu jeito cru
pois quem nasceu pra tatu
há de morrer cavocando.
- AH, MEUS TEMPOS DE CRIANÇA!
Calças rotas, pés descalços...
Mas isto não foi percalço
pois guardo lindas lembranças.
Foi sublime a minha infância
pois mil "relíquias" eu tive,
carro-de-lomba em declive,
brinquedos de campo e mato,
parece que sem sapatos
até andava mais livre...
Já mocito, venta aberta,
eu gauderiei o que pude.
- AH... A MINHA JUVENTUDE!
Corpo cheio, alma deserta.
Mas tudo tem hora certa
e acabei “garrando” o rumo.
Botei a vida no prumo
e hoje só bato asas
quando, num canto da casa,
dentro de um poema eu me sumo.
Botei a vida no prumo
e hoje só bato asas
quando, num canto da casa,
dentro de um poema eu me sumo.
Esse tempo que me resta
quero levar, meio assim,
regando as flores de mim
e podando o que não presta.
Aqui e ali uma festa,
ser mais útil, mais humano
e lhes conto, tenho planos
de outros janeiros viver
pra, com saudades, dizer:
- AH... OS MEUS SESSENTA ANOS...
Ao Supremo Arquiteto meu eterno agradecimento por cada dia.
A cada amigo e amiga, um beijo no coração.
A cada amigo e amiga, um beijo no coração.