Estamos em plenas festividades
natalinas, segundo a mais pura religiosa tradição gaúcha, que vai de 25 de
dezembro a 06 de janeiro do próximo ano, ou seja, da comemoração religiosa mais
antiga do folclore gauchesco, que vem de 1750 (herança Açorita) e está bem viva
aos dias atuais através dos verdadeiros tradicionalistas.
Festeja-se o nascimento de
Cristo, data de maior cristandade universal, com a chegada dos Reis Magos junto
ao presépio, onde nasceu Jesus na mangedora, segundo a Bíblia, tendo como seguimento
a Estrela Guia que iluminou os caminhos à Belém.
Assim cantando de rancho em
rancho, residência em residência, de Centro de Tradições à irmandade
tradicionalista, nosso festejo dos Ternos de Reis, lembram esse cenário despido
de neve, renas, trenós, e pinheirinhos coloridos, de desenhos e figuras
caricatas não cristãs, ausência de mercantilização de presentes e
comercialização de fúteis objetos, e desumanas atitudes.
Assim, O Terno de Reis com o
Mestre, o Contra mestre, o Ajudante de contra mestre e o “tipi” festejam a
tradição gaúcha.
Ainda hoje, em dezenas de
municípios do nosso Estado, os reses são cantados ao som da gaita, do violão,
da rabeca, do tambor e do triângulo.
O meu Terno canta:
Agora mesmo cheguemo
Na beira de seu terrero
Para tocá e cantá
Liçença peço premero.
Porta aberta, luz acesa
É sinal de alegria
Entra eu, entra meu terno
Entra toda a compania.
Jesus Cristo está nascido
Para ser sempre adorado
Nosso prazer é profundo
És o filho de Deus que veio
salvar o mundo
Malchior, Baltazar, Gaspar
Trazendo ouro, mirra , incenso
Ao rei que vão adorar
Por que tem prestigio imenso.
E nesse presépio oculto
Tão pobre de ostentação
Veio a luz o belo vulto
Que nos trouxe a salvação.
Dentro da mangedoura
O senhor Jesus nasceu
Hoje é noite mui festiva
Brilham as estrelas lá no céu.
25 de dezembro
Cristo nasceu em Belém
Todos , todos o adoravam
Nós o adoramos também
Chegamos em sua morada
Eu e meus companheiros
Nós andamos festejando
O primeiro de janeiro
Vamos dar a despedida
Como deu Cristo em Belém
Esse terno se despede
Até o ano que vem.
J.C. Paixão Côrtes