Por: Rogério Bastos
A busca, o translado e a guarda da
Chama
Um velho ditado diz: “A união faz a
força”. A busca da chama nos sítios históricos, espalhados pelo Rio Grande do
Sul, demanda, na maioria das vezes, de custos operacionais. Em algumas cidades
existe uma rubrica, dos festejos farroupilhas, para a busca da chama. Então,
alguns grupos se fecham dentro daquela rubrica e não abrem para outros grupos
irem junto buscar o símbolo. Aí começam as discordâncias na cidade.
Em outras localidades, mais
organizadas, os municípios fecham com a coordenadoria regional, unem os grupos
de cavalgadas, tem uma equipe para prestação de contas, e todos viajam juntos.
Cabe lembrar ainda que alguns grupos simplesmente saem à cavalo pelo estado,
sem roteiro pré organizado, sem pousos determinados e sem avisar a policia
rodoviária sobre sua presença em determinadas rodovias.
A sugestão é que os grupos de
cavalgadas se unam dentro da região, façam um grande ordenamento de despesas,
organizem o trajeto antecipadamente, avisem as autoridades competentes, e façam
uma grande busca da chama. Lembrando que é sempre importante o espírito de
equipe, o bom senso e a camaradagem entre os cavaleiros e participantes.
O translado - As bandeiras vão à
frente. A chama logo depois delas. Quem leva a chama, ao chegar, alcança o
archote para alguém previamente definido que vai fazer o acendimento do
candeeiro. Esse ato é, normalmente, feito logo após o hino nacional (quando for
executado) e antes dos pronunciamentos (quando houver pronunciamentos).
Normalmente são três falas. É comum dar-se a palavra ao comandante da
cavalgada.
A ronda da chama - A ronda não é
estática, ela é móvel. A ronda também pode ser entendida como o ato de trocar a
chama de lugar a cada dia. A ela pode-se incluir uma serie de atividades no
entorno da chama.
A guarda da chama - A guarda da
chama é feita por uma ou duas pessoas que ficam paradas (no estilo militar),
normalmente de lança em punho. O ideal é que a guarda seja feita durante as 24
horas, no entanto, se não houver movimento, pode ficar o candeeiro sozinho, com
o galpão fechado. Enquanto houver atividades ou se a chama estiver em local
aberto, a guarda é permanente. A troca de guarda deve sempre ser feita com um
breve cerimonial: A entrega da lança e, a troca de lugar, deve ser feita de
forma solene.
O cerimonial – Escolher alguém
com boa dicção e que planeje o cerimonial antes, lendo bastante, para evitar se
engasgar com as palavras na hora.
Ao abrir, ter as informações do
que está acontecendo, nominar as autoridades (da maior para a menor), ter os
hinos à mão, pronunciamentos sempre da menor, para a maior autoridade (processo
inverso a composição do dispositivo das autoridades).
A fala na troca de guarda – Não
existe uma fala padrão, por ser neste momento, uma situação que envolve muito a
emoção do que se está fazendo. Fizemos um levantamento, em algumas regiões,
buscando saber o que, normalmente, eles falam quando fazem a troca de guarda,
ou entregam a chama ao chegar no local determinado e, notamos que depois de uma
pequena reflexão da importância daquela cavalgada que buscou a chama, ao
entregar usa-se a parte final do solene juramento , utilizado em posses:
“...entrego esta chama para o
fortalecimento das nossas tradições e maior honra e gloria da nossa sagrada querência e do povo gaúcho.” –
seguido de um forte “E viva o Rio Grande!”
A Chama Crioula e o acendimento
oficial no RS
2000 - Alegrete, na Capela
Queimada
2001 - Guaíba, na fazenda de
Gomes Jardim
2002 - Santa Maria, no centro do
estado
2003 - Camaquã, na Chácara das
Aguas Belas, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos
Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental
na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da
Bica, onde tombou Sepé Tiarayú
2007 - São Nicolau, 1ª redução e
um dos 7 povos das missões
2008 - São Leopoldo, Terra de
Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão
de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento
volta para a fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da
Carta de Princípios
2012 - Venancio Aires - Capital
Nacional do Chimarrão
2013 - General Câmara - Distrito
Açoriano de Santo Amaro do Sul
2014 - Cruz Alta - Terra de Erico
Veríssimo