Sobre a postagem de ontem, intitulada "Carta Aberta Ao Mano Lima", podemos dizer que a mesma recebeu dezenas de considerações, onde, em sua maioria, as pessoas se posicionaram contra o repórter Giovani Grizotti, ou seja, em defesa de Mano Lima.
Em uma rede social, onde me chamaram para opinar sobre o assunto, fui um dos poucos que entendeu a posição do repórter.
O que as pessoas tem que mensurar, e isto não aconteceu nos debates acirrados, é que não estamos aqui para julgar as pessoas, mas sim o episódio. Não fiz, ao contrário de muitos, um comparativo de quem são, ou o que já fizeram por nossa cultura, o Mano Lima e o Giovani Grizotti. Os dois são de searas distintas. Um é artista, o outro é jornalista, mas ambos de fundamental importância para a divulgação de nossos costumes.
Gosto demais das músicas do Mano Lima e tenho todos os seus discos, inclusive o primeiro, um LP chamado Troveiro do I'mbororé (se não me falha a memória). Para mim o melhor de todos os seus trabalhos.
Também sou fã de Giovani Grizotti por suas reportagens investigativas que ajudam a desvendar os corruptos que ganham dinheiro ás nossas custas (contribuintes) bem como o seu esforço em promover nossa cultura dentro das RBS. Na verdade, hoje, um dos únicos elos de ligação entre a tradição gaúcha e esta empresa de comunicação.
Mas temos que nos ater, como já disse, no acontecido.
Não vi o citado show do Mano em Vacaria e, portanto, analiso o fato como o relatado na Carta.
Acho que o Mano está certo, em parte. Também não gosto da grade da Rede Globo. Das 24 horas do dia devo gastar uns quarenta minutos de meu tempo com a programação da emissora, ou seja, o tempo que dura o Jornal Nacional e, esporadicamente, alguma programação esportiva. Devo salientar que a RBS, com seus programas locais, é bem melhor que a Globo.
Só tem um detalhe. Com as outras redes de televisão dificilmente perco um minuto de meu tempo. O que eu quero dizer é que NENHUMA TV aberta me satisfaz. São todas lenhas do mesmo angico podre. Só que sempre, igual ao Mano Lima, nos lembramos somente da Globo. Mas e as outras? E os Ratinhos da vida? E as evangelizações (o paraíso em troca do dízimo)? E os Pânicos? E os dramalhões mexicanos? E as humilhações das pegadinhas? E a Fazenda? E...
E, sem dúvida alguma, a RBS é a que mais dedica espaços para nossa cultura. Ainda hoje pela manhã, no Bom Dia Rio Grande, vi uma bela reportagem sobre a Cavalgada do Mar.
E, sem dúvida alguma, a RBS é a que mais dedica espaços para nossa cultura. Ainda hoje pela manhã, no Bom Dia Rio Grande, vi uma bela reportagem sobre a Cavalgada do Mar.
A TV E, que nos pertence e que deveria pesquisar, preservar e divulgar nossa cultura é, descaradamente, contrária ás tradições gaúchas (rio-grandenses). Tanto é assim que foi transmitir na íntegra o Festival do Chamamé, em Corrientes, Argentina, e não apareceu em Vacaria nem para fazer uma breve cobertura deste que é o maior evento gauchesco do mundo... Alegaram que em Corrientes não tinha custos. DUVIDO! Até combustível o evento pagou?
E porque os atuais diretores da TV E liquidaram com o programa mais autêntico da televisão gaúcha, o Galpão Nativo, aposentando o grande Glênio Fagundes, contra a sua vontade, e botando em seu lugar pessoas com pouquíssimas identificações com nossas tradições?
E os jornais? Não li uma tira no O Sul, no glorioso Correio do Povo, sobre o Rodeio. Aliás, no Correio, só vejo um colunista descendo a ripa na gauchada...
Então, no momento em que RBS fazia uma imensa divulgação do evento, com páginas inteiras na Zero Hora (com assinatura do próprio Grizotti), com espaços consideráveis no Jornal do Almoço, com uma equipe de peso fazendo a cobertura do rodeio (estiveram filmando e dando vasa até para os declamadores, onde eu era avaliador), penso que não caberia as críticas do Mano Lima.
Por isto me posicionei a favor do repórter Giovani Grizotti no citado episódio respeitando, e muito, ás opiniões contrárias.
..... e agora vamos escutar a "Cadela Báia" (do Mano Lima)!
