Não sei se em virtude de seu pioneirismo, ou mesmo por sua grandiosidade, o festival da Califórnia da Canção Nativa, de Uruguaiana, em tudo (defeitos e virtudes), alcança proporções diferenciadas dos outros eventos do gênero.
A 37ª edição, ocorrida neste fim de semana, não foi diferente.
Primeiro a queixa, vinda desde a triagem (em 2010), de que houve uma grande benevolência com os artistas locais, ou seja, um número muito grande de compositores, cantores, músicos, de Uruguaiana.
Agora, durante o evento, mais questionamentos dos próprios concorrentes. É o seguinte:
Na apresentação de uma das músicas (que não vamos nem citar o nome) ocorreram duas interrupções. A primeira foi pelo Diretor de Palco pois, segundo ele, um violão estaria desplugado, isto é, sem som. Sanado o problema, a concorrente recomeça.... Aí, o intérprete esqueceu da letra. Para, e começa tudo de novo.
Na terceira tentativa foram até o final, só que, de acordo com muitos jornalistas que acompanhavam o evento, com graves erros de interpretação. Não houve fidelidade a letra.
Agora a polêmica. A música citada foi classificada em detrimento de outras apresentadas com brilhantismo no palco do antigo Cine
Pampa, hoje o Teatro Rosalina Pandolfo Lisboa.
O inconformismo foi geral, basta acessar nas redes sociais.
Eu tenho um pensamento como jurado: Se a concorrente foi mal apresentada, por mais bonita que seja a canção, não é merecedora de prêmios. Já passei por isto num festival. Um jurado queria premiar uma canção em que o intérprete (borracho) esqueceu a letra. Fui contra. Ele veio com o argumento de que no CD a música estava perfeita. Então, contra-argumentei: - Se eu fosse julgar pelo CD, faria isto de casa, nem viria aqui, perder meu sono, passar frio, me incomodar...
Tem que se valorizar a apresentação de palco.
Conheço a maioria dos jurados desta edição da Califórnia e sei de suas lisuras e seriedades e justamente por isso penso que seria de bom grado que viessem a público expor o que realmente aconteceu e qual sua visão do sucedido.
Aliás, penso que TODAS as comissões julgadoras deveriam fazer uma ata, uma rezenha, justificando seus votos, pois o grande público tem o direito de saber quais os critérios utilizados.
Se até o congresso nacional decidiu abrir suas votações porque nossos festivais não podem fazer o mesmo?