No próximo dia 28 de dezembro, nos pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul, o gaiteiro Porca Véia estará encerrando a carreira. Nossa homenagem (minha e do Zezinho) foi a gravação de uma música própria para o momento que, por sinal, esta fazendo um enorme sucesso, com mais de mil compartilhamentos no facebook. Esta canção será uma das atrações do espetáculo que marca a despedida do Porca nos palcos do Brasil e nós, com toda a certeza, estaremos por lá.
O ÚLTIMO BAILE
Letra: Léo Ribeiro / Música: José Claro – Zezinho
No
palco de um baile campeiro
o
grande gaiteiro sua vida repassa.
Seus
versos, por vezes tristonhos,
embalaram
sonhos de toda uma raça.
Nos
olhos já brotam saudades
de
uma mocidade de lindos momentos.
No
peito são tantas lembranças
que
ficam d’ herança pro resto dos tempos.
Seu
toque é do estilo mais puro,
luzeiro
no escuro, tem cheiro de chão,
seu
jeito de taura sem medo
brotou
no varzedo do velho Pontão.
E
agora seus bailes têm fim,
o
mundo é assim, se cala o cantor,
não
mais a negra cordeona
se
abrindo, chorona, sobre o tirador...
Pataqüero
da estirpe indomada,
fez
da “pianada” fiel companheira
levando
ao peão lá de fora
a
arte sonora terrunha e campeira.
Na
estampa o antigo Rio Grande,
nas
veias o sangue de quem faz história,
descansa,
mas sua jornada
fica
na invernada de nossa memória.
Pois
eu que admiro este taita
i’enxergo
na gaita a alma do homem
afirmo:
- não morre seu canto,
num
fundo de campo ecoa seu nome.
Rebrota
qual seiva nativa
mais
verde e mais viva depois da queimada
voltando
de novo o gaitaço
na
força do braço desta gurizada.
Porca
Véia, amigo e parceiro,
gaudério
tropeiro de lindas canções,
enquanto
uma gaita se abrir
o
teu toque há de vir alegrar os galpões.
Obrigado
por tanta alegria
eu
sei que um dia o mundo dá volta.
Te
esperamos com erva na cuia
e
o teu grito de “uiiaaa” noutro baile tu solta.