VOLTEANDO DATAS
Num dia 04 de novembro, de 1959, morria em Porto Alegre o político
Flores da Cunha.
Flores da Cunha.
Nasceu num dia 5 de março, do ano
de 1880, na estância São Miguel, em Livramento. Estudou em São Paulo e depois
no Rio de Janeiro, onde se bacharelou em Direito em 1902 e atuou como delegado.
Voltou para o sul na profissão de advogado destacando-se pela eloqüência.
Em 1909, filiado ao Partido
Republicano Riograndense, iniciou carreira política como deputado estadual. Foi
deputado federal em 1912, eleito pelo Ceará. Em 1917, foi reeleito, desta vez
pelo seu estado natal, renunciando ao mandato em 1920 para concorrer à
prefeitura de Uruguaiana, sendo eleito com expressiva votação. Em 1923,
destacou-se como chefe militar legalista na luta que conflagrou o Rio Grande do
Sul, opondo os partidários do governador Borges de Medeiros aos oposicionistas
liderados por Assis Brasil. Renovou seu mandato de deputado federal em 1924. Em
8 de outubro de 1925 prendeu Honório Lemes e garantiu sua integridade quando
populares quiseram linchá-lo. Reeleito deputado federal em 1927, renunciou em
1928 para ser eleito senador.
Atuou ativamente na Revolução de
1930 que levou Getúlio Vargas à chefia do país. No dia 28 de novembro de 1930
foi nomeado interventor no Rio Grande do Sul. Ajudou a fundar o Partido
Republicano Liberal (PRL), em novembro de 1932. Na Revolução constitucionalista
de 1932 permaneceu leal a Getúlio Vargas. Em abril de 1935 foi eleito
governador do Rio Grande do Sul, exercendo o mandato até outubro de 1937. No
mesmo ano da eleição, já como governador constitucional, começou a se afastar
do presidente Vargas. Buscando ampliar sua influência política nacionalmente,
envolveu-se em disputas sucessórias em outros estados, como Santa Catarina e
Rio de Janeiro. Defensor do federalismo, atritou-se com os setores militares
que defendiam a centralização do poder no governo federal. Em 1937, rompido com
Vargas, foi forçado a deixar o governo gaúcho. Exilou-se, então, no Uruguai e
só voltou ao Brasil cinco anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial, quando
cumpriu pena de nove meses na Ilha Grande, no Rio de Janeiro.
Em 1945, participou da fundação
da UDN, legenda pela qual se elegeu deputado constituinte. Nas eleições para
sucessão de Vargas, faz campanha para o Brigadeiro Eduardo Gomes. Reelegeu-se
deputado federal em outubro de 1950 e em outubro de 1954, sempre na legenda
udenista. Assumiu a presidência da Câmara dos Deputados no dia 8 de novembro de
1955. Coordenou as sessões que garantiram a posse de Juscelino Kubitschek. No
mesmo ano, rompeu com a UDN e renunciou à presidência da Câmara.
Em 1958, aos 78 anos de idade,
foi eleito deputado pelo PTB, mas morreu antes do fim do mandato. Foi sepultado
em Santana do Livramento.