NASCE DOMINGOS JOSÉ DE ALMEIDA
No dia 09 de julho do ano de 1797, nasce em Diamantina (MG), Domingos
José de Almeida, rico comerciante que veio para o Rio Grande de São Pedro
instalar uma charqueada e tornou-se um político de destaque na Revolução
Farroupilha. Domingos José de Almeida também foi fundador da cidade de Uruguaiana em 18 de novembro de 1841.
Filho do português Domingos José de Almeida e Silva e de
Escolástica Maria de Abreu. Migrou de Minas Gerais para o Rio Grande do Sul em
1819 para reunir tropas de mulas e levá-las até Sorocaba, mas acabou se
estabelecendo em Pelotas, onde logo abriu um escritório destinado à venda de
charque para o centro do país e para o exterior. Era casado com Bernardina
Barcelos de Lima, com quem teve treze filhos.
Empresário bem sucedido, além de dono de uma companhia de
navegação com veleiros que transportavam produtos para as províncias do norte.
Em 1836 passou as mãos do governo, que transformou em barco de guerra - finda a
guerra, voltou a operação civil, com outro nome.
Foi proprietário de uma pequena charqueada às margens do rio
São Gonçalo, o que fez dele um dos cidadãos mais prósperos de Pelotas nessa
atividade. Também possuía uma olaria, fábrica de sabão e de velas de sebo.
Homem culto, era considerado como tendo uma das biblioteca
mais completas do Rio Grande do Sul na época. Foi major e depois coronel da Guarda Nacional.
Vereador em Pelotas, foi eleito deputado da 1ª Legislatura
da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul. No seu mandato
lançou a campanha de alfabetização no Rio Grande do Sul, inconformado com o
fato do Paraguai ter 408 escolas públicas e a província local nenhuma.
Ao estourar a Revolução Farroupilha, era um dos mais prósperos
industriais do Rio Grande do Sul, além da major da Guarda Nacional. Foi, junto
com Pedro Boticário, um dos mais intransigentes na deposição de Fernandes Braga
e na tentativa de impedir a posse de José de Araújo Ribeiro. Com o início da
Revolução Farroupilha recebeu a tarefa de organizar, o parque bélico farrapo em
Pelotas e a fábrica de arreamento para a cavalaria.
Foi em sua casa que João Manuel de Lima e Silva curou-se dos
ferimentos obtidos no combate do Passo dos Negros em 2 de junho de 1836. Foi
também da senzala de sua charqueada que saíram vários dos combatentes Lanceiros
Negros, liderados pelo coronel Teixeira Nunes.
Foi um dos que convenceram Antônio de Sousa Neto a proclamar
a República Rio Grandense, em 11 de setembro de 1836. Com Gomes Jardim assinou
o decreto que criou a bandeira oficial Farroupilha. Foi nomeado ministro da
Fazenda e depois do Interior da República Riograndense.
Em 1838 compra a tipografia, onde o jornalista italiano
Luigi Rossetti torna-se editor de O Povo. Em 1840 determina a criação de uma
planta para a nova povoação que viria a ser a cidade de Uruguaiana, criada por
decreto de 24 de fevereiro de 1843. Queria uma vila de apoio ao comércio com
Buenos Aires já que as forças imperiais haviam conquistado as cidades de
Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre acabando com o comércio destas cidades com o
interior. Também participou da Assembleia Constituinte farroupilha.
Foi preso em combate, por Francisco Pedro de Abreu, em março
de 1844, conseguindo fugir depois de poucos dias. Após o fim da guerra, volta a
Pelotas e em dez anos restabelece suas finanças.
Abre o jornal diário Brado do Sul, em Pelotas, que funciona
de 1858 a 1861, no qual chega a contratar Carlos von Koseritz como editor. Ali
publica uma série de artigos e documentos sobre a Revolução Farroupilha. Neste
período também foi vereador, juiz de órfãos e coronel da Guarda Nacional.
Foi homenageado, em Pelotas, com o primeiro monumento
erguido no Brasil em honra de um republicano, em 20 de setembro de 1885.3 A
construção foi organizada por Álvaro Chaves.