Não tenho participado muito de
festivais nativistas na condição de concorrente porque meu estilo musical é
mais campeiro, no trancão, e o que tem predominado na maioria destes eventos
são as canções, as toadas, as milongas arrastadas...Isto tem origem já na
formação da comissão de avaliadores. Contudo, eu tinha um trabalho a ser
mostrado e, com a bela parceria do excelente intérprete Paullo Costa, remetemos
tal obra para o Carijo, de Palmeira das Missões, em sua 28ª edição. Embora não
tenha recebido premiação, a composição ficou entre as 12 que foram para a grande
final na noite de ontem. Estar no disco entre quase 700 músicas
concorrentes, já é uma vitória. Nosso objetivo foi alcançado.
Mas falando especificamente sobre
o festival, embora eu já tenha sido jurado duas vezes do Carijó, me surpreendo sempre
com este evento.
Não quero entrar no mérito de
organização, nível musical, premiação, coisa e tal, pois existem ótimos
festivais por todo o Rio Grande, mas desconheço, nas dezenas de eventos que
participei, de um envolvimento tão grande da comunidade.
Palmeira das Missões simplesmente
e literalmente, nos dias do festival, muda-se, de mala e cuia, para o Parque
Municipal de Exposições. Dezenas de ranchos de costaneira (que me fez lembrar o
Acampamento Farroupilha de Porto Alegre) de entidades patrocinadoras, de indústrias,
do comércio, de CTGs, enfim, do povo palmeirense. São três dias onde aflora o
mais puro tradicionalismo missioneiro.
No sábado, dia 25, o parque
registrou em torno de 45 mil visitantes. No ginásio onde ocorria o festival, no
show de João Luiz Corrêa, que acabou virando em baile, se largasse um
pau-de-fósforo, o mesmo não caía no chão. Deus nos acuda... Que outro festival de
música no Rio Grande do Sul tem tamanho envolvimento?
Então fica a pergunta: Se em
determinados lugares os festivais são um sucesso, por que em outros as coisas
não acontecem e, quando acontecem, são a passo de caranguejo?
Como crítica construtiva, apenas lamentar o horário do término dos festivais na última noite (o que não é um privilégio do Carijo) pois 2 horas da madrugada, para quem ainda tem que viajar, é dose...
Como crítica construtiva, apenas lamentar o horário do término dos festivais na última noite (o que não é um privilégio do Carijo) pois 2 horas da madrugada, para quem ainda tem que viajar, é dose...