Houve um tempo em que
os chapéus conduziam os homens,
que enxergavam,
por entre as orelhas do pingo,
o mundo que os espreitavam.
Tidos por primitivos,
traçavam diálogos
e trocavam idéias com seus fletes.
Tidos por tolos,
adivinhavam o tempo
e sabiam das secas
pelos por-de-sóis.
De áridas faces
e ocres bigodes.
Tidos por bárbaros,
pelo aço da faca,
pela força da carne,
pelo pão da pobreza.
Parte do poema De a Cavalo, de Vasco Velleda