Os Galpões Crioulos e Nativos, deveriam voltar as "próprias origens"
No linguajar gauchesco,
CRIOULO e NATIVO tem o mesmo significado, ou seja, indicam ORIGEM. - Tu és
crioulo de onde? - Tu és nativo de que lugar?
Neste mesmo linguajar terrunho,
GALPÃO significa o sacrossanto lugar onde se reúne a peonada para suas lides,
prosas, assados, mateadas, sesteadas, junto da cachorrada e dos animais. É um
local que cheira a xucrismo, ao contrário da casagrande da estância.
Então, meus amigos, GALPÃO
CRIOULO ou GALPÃO NATIVO nos remetem a uma visão atávica de autenticidade dos
costumes campeiros do Rio Grande.
Contudo, não é o que se reflete
atualmente nos dois programas gauchescos mais tradicionais da televisão rio-grandense e que ostentam estes nomes.
Poderia cunhar aqui a seguinte
frase que serviria bem como ilustração daquilo que escrevo: - Que saudades dos
velhos Fagundes!
Explico o motivo da frase:
Depois que o GLÊNIO FAGUNDES
deixou o GALPÃO NATIVO (TV Educativa), a maionese meio que desandou. É difícil
substituir uma pessoa que traz o telurismo na alma, caso específico do Glênio,
e os apresentadores Maria do Carmo e Leandro Cachoeira, embora façam força e sejam capazes, não tem o mesmo carisma para o encargo. Soma-se a isto que a
atual administração da TV E é composta por um partido político que, em sua
grande maioria, nunca foi muito chegado na gauchada. Haja vista pelas ações do
IGTF.
Da mesma forma, depois que o NICO
FAGUNDES se aposentou, me parece que o GALPÃO CRIOULO (RBS TV) também atravessa por
uma crise de identidade. Não por culpa da nova apresentadora Shana Müller que
deu um toque feminino, prendado e todo especial ao matutino dominical. É competente, inteligente,
bonita e domina o palco como poucos apresentadores que conheço. O problema vem
da produção do programa que, sem a figura de Antônio Augusto Fagundes, “liberou
geral”. Antes de ontem, até rock tivemos
que ouvir...
Não sou contra este tipo de
música, ao contrário, até gosto, mas como dizia meu pai “- Cada qual com seus
iguais...”
E mudo aqui minha opinião da semana passada que tal abertura é benéfica. Penso, repenso e não vejo tal benefício. Infelizmente, volto a ser o ranzinza de antes (rock, nem minha lapidada tolerância aguentou) .
Por que não criam um programa específico para este segmento de música feita no sul, de caráter mais urbano? Por que tirar o que conquistamos ao longo dos anos?
E mudo aqui minha opinião da semana passada que tal abertura é benéfica. Penso, repenso e não vejo tal benefício. Infelizmente, volto a ser o ranzinza de antes (rock, nem minha lapidada tolerância aguentou) .
Por que não criam um programa específico para este segmento de música feita no sul, de caráter mais urbano? Por que tirar o que conquistamos ao longo dos anos?
As janelas para a musicalidade gaúchesca na televisão já são super restritas e, se nos parcos programas
que temos, começarmos a ceder terreno, em pouco tempo seremos excluídos por
total. Isto é parecido com o jogo político de ocupação de espaços ou, mal
comparando, com o velho ditado: - Dá a mão, quer o braço.
Em tempo, quero deixar registrado que o contrário também é verdadeiro, pelo menos na minha opinião. Detesto quando grupos gauchescos se apresentam no Ratinho, no Faustão, Esquenta e programas do gênero.
Em tempo, quero deixar registrado que o contrário também é verdadeiro, pelo menos na minha opinião. Detesto quando grupos gauchescos se apresentam no Ratinho, no Faustão, Esquenta e programas do gênero.
Não estou advogando em defesa
do “bagualismo”! Também não gosto de apresentador que se porta como se numa
mangueira estivesse, mas gostaria de um programa onde circulasse da canção romântica
do Jairo Lambari Fernandes ao campeirismo do Mano Lima, com uma variação de artistas
já consagrados e dando oportunidades aos novos valores, tudo com muita autenticidade, com identidade gaúcha. Para finalizar, me parece que uma panela
está fervendo nos fogões destes galpões.
Banda de Rock Estado das Coisas, no Galpão Crioulo.
Estes ótimos músicos, assim como tantos outros,
não mereciam um espaço próprio nas televisões do Rio Grande?