ADEUZINHO
Vou preparar minha estrada para o trote.
Não pense que ficarei só.
Vou trazer estes adondes para mim.
Uma coisa me consola
que o chimarrão me diz:
As identidadezinhas da perfeição
moram no galpão do fundo do perceber.
(Por isso gostaria de ter 7 olhos
e me chamar Soma da Silva).
Mas não
ando com o bocó cheio de saudade
dividindo o primeiro passo
com o pensar.
O tempo sempre me conversa
de que somos etecetera.
O que preciso mesmo
é distribuir caramelos aos duendes,
pendurar uma figa nos arreios,
cuspir o veneno do mate na brasa
e convidar um santo para matear.
Não vou mais dar bóia para a ausência.
Enfeitarei meu rancho de alegria.
Me basta a boa fé, total,
a vida é simples como um adeus.
Rezenha do Poema de: Tadeu Martins
Gravura: Carlos Montefusco