Toco no tema porque fiz uma breve viagem de menos de três horas do litoral à serra gaúcha, para participar do Rodeio da Vacaria. Fui batendo umas "chapas" para registrar, num curto caminho, que temos belezas naturais e costumes próprios de dar inveja a muitos povos alheios. O caminho que fiz é chão que conheço muito, pois é minha região, só que nunca paramos para olhar, meditar e, como disse, dar seu devido valor.
Na subida da Serra do Pinto, local onde passei minha infância, a visão da Serra Geral do Brasil é deslumbrante em diversos pontos. Canions, mata nativa, cascatas, colonização germânica, emfim, algo de encher os olhos de qualquer turista. Esta serra (do Pinto) que faz parte da estrada Rota do Sol, é um passeio que todo o gaúcho deveria fazer. Com certeza sentiria orgulho por paisagem tão linda pertencer a geografia de nosso Estado.
Já no topo da Serra do Pinto, o distrito de Aratinga onde vivi dos 2 aos 9 anos. Que tempo bom! O que resta do que compôs minha infância é a velha igreja, local das maiores festividades de minha gente. Neste santuário, fui coroinha por dois domingos. Depois, fui destituído do cargo e substituído por outro guri. O resto daquilo que norteou minha meninice não existe mais a não ser na minha saudade.
Cruzando as boas estradas uma visão que me preocupa. Os históricos campos dobrados da região serrana estão sendo "povoados" pelo maldito pinus ilhotes onde, em seu meio, nem cobra se cria. As sesmarias que foram caminhos das tropas e ambiente do serrano pachola estão desaparecendo.
Na rótula de entrada em Vacaria um indicativo da tradição gaúcha nos campos de cima da serra. O Monumento ao Ginete. Estávamos à poucos quilômetros do maior evento tradicionalista riograndense do mundo.
Já na chegada no Parque Nicanor Kremer da Luz, uma visão de que tudo aquilo que se diz do Rodeio de Vacaria é uma verdade. Uma palavra resume tudo: Grandeza!
Não tivemos muito tempo de "curtir" o rodeio pois ao lado do Nilton Ferreira (esquerda da foto) e do Fábio Macedo (ao centro) avaliamos 82 concorrentes da categoria adulto de intérpretes, masculino e feminino.
Olhando tal festividade eu pergunto: Quantos lugares no mundo tem uma tradição tão forte? Que outras paisagens são tão ou mais deslumbrantes que a nossa?
Não é um caso de falta de modéstia, e sim de valorização ao que nos pertence.