Vem de São Borja, berço dos Angüeras, terra de Vargas Neto, Israel Lopes, Ramão Aguilar e a querência adotiva de Apparício Silva Rillo, o Rodrigo Bauer, este que é um dos mais destacados vates da poética riograndense contemporânea.
Lembro-me de uma tarde em que estávamos em uma reunião na Estância da Poesia Crioula e o ex-presidente da entidade José Hilário Retamozo apresentou, com orgulho, seu afilhado como novo associado. Porte altivo, bochechas rubras, origem germânica. Já conhecía-mos seu trabalho através dos festivais e para nós era uma honra receber o poeta Rodrigo Bauer como membro da Academia Xucra do Rio Grande.
Agora este moço, meu Irmão de uma Ordem Maior, nascido a 03 de maio de 1974 na lendária São Francisco de Borja, vertente de tanta gente importante na historicidade nacional, poeta que conhece o que escreve, que sabe da lida, que entende do riscado, nos brinda com uma nova obra - Rodrigo Bauer 20anos de poesia. O trabalho é uma reculuta de versos, a maioria premiados em festivais poéticos e musicais.
Junto ao belo livro prefaciado por Antônio Augusto Fagundes, acompanha um CD com 15 poemas interpretados pelo grande pajador e declamador Pedro Junior da Fontoura, que venceu dezenas de festivais recitando versos de Rodrigo Bauer. Como poderíamos dizer: - Formam uma dupla perfeita.
Este é o tipo de documentário que todo o amante da poesia gauchesca deveria ter na cabeceira de seu catre. É algo que foge da mesmice e adentra na alma e no imaginário do gaúcho.
Recebi o livro de regalo de Pedro Junior da Fontoura com a seguinte dedicatória:
Léo Ribeiro, meu irmão,
velho parceiro de lida,
amigo pra toda a vida
de alma e de coração.
Pai-de-fogo do galpão
que pela arte se hermana
na mansidão campechana
firme tal a pedra moura,
um abraço do Fontoura
na tua alma serrana.
Mil gracias Pedro Junior da Fontoura; parabéns Rodrigo Bauer!