Wilson PaimMuitas pessoas têm idéia de que a música gauchesca verdadeira deve estar ligada a gaitaço, a temas falando de cavalos e pacholeadas. Não é verdade.
Desde os tempos do saudoso Luiz Menezes, autor da clássica valsa Última Lembrança e da toada Piazito Carreteiro, diversos artistas tem se revezado nesta difícil missão de mostrar o lado mais romântico do gaúcho. A tarefa é tão árdua que até as intérpretes femininas, sentindo a dificuldade de penetrar no meio artístico gauchesco, deixaram um pouco de lado as canções mais introspectivas e partiram, sem perder a ternura, para interpretações mais ao gosto campeiro.
Contudo, temos por aí alguns galos-cinzas que, além de retrecharem um versejar terrunho com grande desenvoltura, andejam, com a mesma facilidade, cantando o romantismo do homem rural. Entre estes cantores de almas sensíveis, temos o alegretense Wilson Paim e o cacequiense Jairo Lambari Fernandes, ambos criados na vivência campesina mas que trouxeram para suas musicalidades o telurismo, a palavra doce, a reflexão, que tanto faz falta nos dias de hoje.
E lhes conto uma “cosa”! É Bueno demais matear ao fim da tarde, ao lado da prenda, ouvindo uma melodia harmoniosa e uns versos de amor.
Que não morra nunca a canção gauchesca romântica.
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