terça-feira, 30 de novembro de 2010

UM "PITO", DE VEZ EM QUANDO.

No dia vinte e três de janeiro de 2011, completo 55 anos de idade. Na minha juventude, bebi muito. Contudo, graças ao Patrão Velho, nunca fui viciado em álcool, pois as borracheiras eram mais em fim-de-semana. Nem tinha dinheiro para muito “festerê”.

Hoje em dia, gosto de um cervejinha e de uma espumante gelada. No inverno, um bom vinho tinto seco. Mas tudo dentro de seus limites.

Em relação ao cigarro, embora não seja contra quem fume pois meu pai e meu irmão sempre fumaram, fui experimentar meu primeiro "pito" neste mês que agora termina. Mais precisamente no dia 05 de novembro, em meio a uma cavalgada. Foi um palheirito crioulo (cigarro feito de palha e fumo picado)onde seu preparo envolve todo um ritual. Até que não é ruim, seu odor é purificante e traz na fumaça a história da gente que povoou este chão, mas meus pulmões refugaram e o "baio" ficou sendo como o primeiro e único.

Sei bem dos males que as drogas (entre elas a bebida e o fumo) produzem nas pessoas e, por conseqüência, nos seus familiares e amigos. Convivo muito de perto com o Centro Vita, aqui em Porto Alegre, uma instituição que luta, só com o cabo da faca, contra a dependência química. Não é fácil... Quando se pensa que um jovem está recuperado, por causa das companhias e dos problemas sociais, tudo volta á estaca zero.

Estou tocando nesta prosa porque não podemos ficar alienados ao que acontece no Rio de Janeiro e ao brilhante trabalho conjunto das forças policiais civis e militares na invasão do Complexo do Alemão. Agora, vencida a primeira etapa, tem que ocorrer uma invasão social nestas localidades, com esporte, educação, lazer, trabalho, pois, do contrário, retorna tudo ao que era antes.

Para encerrar este assunto em que poderia escrever várias e várias páginas, abro aqui uma polêmica: acho que as drogas deveriam ser liberadas, ou melhor, legalizadas. Assim, terminariam os traficantes. Não podemos esquecer, também, que se eles (traficantes)existem, é porque há os consumidores. E vou lhes dizer outra coisa: tem muita gente boa, principalmente da alta sociedade carioca, rindo da boca para fora.

Gravura: Vasco Machado