Igor Rodrigues Cardoso. Guardem bem este nome.Trago uma mágoa comigo: a de não ser gaiteiro! Trocaria o dom que tenho de encordoar alguns versos pela virtude de abrir uma cordeonita e alegrar meu povo.
A gaita, para o gaúcho, como instrumento musical, é por demais representativa. Mal comparando a cordeona está para o Rio Grande do Sul assim como o berimbau está para a Bahía, como a viola está para São Paulo, como o bandoneon está para a Argentina. Há toda uma história de uma raça saindo pelo fole de uma gaita.
Pois hoje recebi um convite da Câmara Municipal de Vereadores de São Francisco de Paula para uma Sessão Solene onde será homenageado o gaiteiro Igor Rodrigues Cardoso por sua destacada atuação na promoção das artes e da cultura do Rio Grande. O evento será hoje, as 18 horas, no CTG Rodeio Serrano.
Detalhe: Igor tem apenas 13 anos e um formigueiro nos dedos.
Tenho ouvido maravilhas deste menino e já o vi tocando quando foi campeão do Rodeio Internacional de Vacaria, este ano. Aliás, colecionar prêmios tornou-se um hábito para este garoto prodígio. Aonde ele participa, tanto na categoria de gaita piano como na de gaita ponto, é troféu na certa.
São Francisco de Paula é conhecida como a Terra dos Grandes Gaiteiros. Naqueles pagos brotaram, além de muitos outros, Adelar Bertussi e Albino Manique, considerados por muitos como os maiores gaiteiros desta Província de São Pedro. Embora Igor Cardoso tenha nascido em um hospital de Caxias, sempre morou em São Chico, assim como seus ancestrais e me parece que, se depender do Igor a tradição desta querência de produzir grandes acordeonistas, não morre tão cedo.
