No findar da tarde de domingo, com nunvens cinzentas esticadas pelo céu, quando os peões já começam a encilhar seus fletes nos bolichos, para voltar ao rancho, quando as paixões dos namorados, campo a fora, pronunciam "não te vás", nada melhor do que um poema do meu grande amigo, poeta Tadeu Martins, para terminar o dia. Um tranquüilo fechar de semana a todos vocês, queridos leitores do blog.
ADEUSINHO
Vou preparar minha estrada para o trote.
Não pense que ficarei só.
Vou trazer estes adondes para mim.
Uma coisa me consola
que o chimarrão me diz
as identidadezinhas da perfeição
moram no galpão do fundo do perceber.
(Por isso gostaria de ter 7 olhos
e me chamar Soma da Silva).
Mas não
ando com o bocó cheio de saudade
dividindo o primeiro passo
com o pensar.
O tempo sempre me conversa
de que somos etecetera.
O que preciso mesmo
é distribuir caramelos aos duendes,
pendurar uma figa nos arreios,
cuspir o veneno do mate na brasa
e convidar um santo para matear.
Não vou mais dar bóia para a ausência.
Enfeitarei meu rancho de alegria.
Me basta a boa fé
total.
A vida é simples como um adeus.