RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 

POETA GAÚCHO OLIVEIRA SILVEIRA



FOI O IDEALIZADOR DO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
 
 
 

Oliveira Ferreira Silveira nasceu em Rosário do Sul, RS, em 1941. Era Filho de Felisberto Martins Silveira e de Anair Ferreira da Silveira. Criado na Serra do Caverá, zona rural famosa pela revolução de 1923. Oliveira Silveira formou-se em Letras (Português e Francês) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, foi pesquisador, historiador, poeta, e um dos idealizadores da transformação do 20 de novembro, no dia da consciência negra no Brasil.

Oliveira Silveira e o vinte de Novembro e o MNU – Movimento Negro Unificado. Oliveira Silveira participava de um Grupo informal que se reunia para discutir o Treze de Maio e o aspecto histórico deste dia e como ele se deu. Esta data não passava para ele um sentimento de plena comemoração. Este Grupo reunia-se na Rua dos Andradas, em Porto Alegre. Nestas Reuniões, falavam muito sobre o assunto, desta insatisfação e da necessidade de haver uma data que unificasse o pensamento do povo negro brasileiro. A partir desta inquietação, Oliveira Silveira mergulhou em uma pesquisa profunda e detalhada sobre a história do negro no Brasil e o processo de resistência deste povo que nunca aceitou esta subjugação. Nesta pesquisa, se deparou com a história do Quilombo dos Palmares, uma comunidade formada por escravizados fugitivos e sua resistência ao processo de dominação, sua luta e de seu líder “Zumbi do Palmares”, e com a data do seu assassinato, 20 de novembro. Com toda a certeza uma data com um grande significado, pois traduzia uma história de luta, bravura e resistência em que tombava um herói. A partir desse momento o grupo começa as mobilizações para sugerir ao movimento negro a data de vinte de novembro como o dia Nacional da Consciência Negra. Oliveira Silveira ingressa no MNU-RS – Movimento Negro Unificado – Núcleo RS que tem atuação nacional até os dias de hoje que assume a defesa desta data no cenário nacional. 

O pensamento político de Oliveira Silveira: Oliveira Silveira lutou pela inclusão dos negros nos diversos espaços da sociedade: na educação, no emprego, na habitação, na saúde, na arte, na literatura, na mídia, na política. Lutou pelo respeito às diferenças e pela igualdade de direitos. Ele foi o “Poeta da Consciência Negra”.  Oliveira Silveira morreu aos 68 anos, no dia 1 de janeiro de 2009 e não viu seu sonho realizado, não desfrutou da liberdade plena tão sonhada, mas como Zumbi, morreu lutando. 


terça-feira, 19 de novembro de 2024

 

REPONTANDO DATAS / 19 DE NOVEMBRO 

(nasce Borges de Medeiros)



Borges de Medeiros (sentado a esquerda) com correligionários


No dia 19 de novembro, do ano de 1863, nascia nos Cerros de Caçapava Antônio Augusto Borges de Medeiros, afilhado político de Júlio de Castilhos, e que governou o Rio Grande por 25 anos. Foi apelidado de Antônio Chimango pelo seu inimigo político, médico e poeta cachoeirense Ramiro Fortes de Barcellos. Tal apelido deu título ao seu livro assinado por Amaro Juvenal (pseudônimo), editado em 1915 que ironizava Borges de Medeiros. 

Advogado, iniciou seus estudos universitários na Faculdade de Direito de São Paulo em 1881, tomando contato com as ideias positivistas de Augusto Conte e fazendo parte ativa no Clube Republicano Acadêmico. Em 1885, bacharelou-se na Faculdade de Direito de Recife, para onde havia se transferido no ano anterior.

Em seguida, voltou ao seu estado natal para exercer a advocacia em Cachoeira do Sul. Ali, continuou sua militância política e logo tornou-se o chefe local do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), agremiação liderada por Júlio de Castilhos. Com a Proclamação da República, em 1889, foi imediatamente nomeado delegado de polícia da cidade e, no ano seguinte, integrou a bancada gaúcha na Assembleia Nacional Constituinte de 1890/1891.

Com a eclosão, no Rio Grande do Sul, da Revolução Federalista em 1893, que pretendia afastar Floriano Peixoto da presidência da República, Borges combateu ao lado das forças legalistas, o que lhe valeu a patente de tenente-coronel do Exército, concedida por Floriano.

Em 1898, foi indicado por Júlio de Castilhos para sucedê-lo na chefia do governo estadual, cargo para o qual seria reeleito em 1902 ainda por indicação de Castilhos. Somente após a morte desse último, em 1903, Borges assumiu de forma definitiva a liderança do partido, que conservaria de forma absoluta por mais de duas décadas. Seu comando sobre o PRR foi efetivo mesmo durante o tempo em que se afastou do comando do executivo estadual para dedicar-se à agricultura, entre 1908 e 1913. Ao voltar ao governo gaúcho nesse ano, promoveu a estatização de serviços públicos, como o transporte ferroviário e obras portuárias, até então a cargo de companhias internacionais. Ao mesmo tempo, atraía para o estado grandes frigoríficos estrangeiros ( Armour e Swift ).

Em 1917 reelegeu-se ao governo do Estado. Em 1922, apoiou a candidatura oposicionista de Nilo Peçanha à presidência da República, lançada pela Reação Republicana, contra Artur Bernardes, apoiado por mineiros e paulistas. Bernardes venceu o pleito, mas no Rio Grande do Sul a vitória coube à Reação Republicana por larga diferença. Ainda em 1922, Borges voltou a apresentar seu nome para uma nova reeleição ao governo gaúcho. Dessa vez, porém, a oposição, liderada por Joaquim Francisco de Assis Brasil, apresentou-se mais forte, já que contava com o apoio do governo federal comandado por Bernardes e beneficiava-se com a insatisfação de muitos fazendeiros atingidos pela crise da pecuária, principal atividade econômica do Estado. Realizado o pleito, Borges obteve a vitória mais uma vez, que, contudo, foi contestada pelos partidários de Assis Brasil que acabaram recorrendo ao confronto armado, deflagrado em janeiro de 1923. O conflito se estendeu por todo o ano e somente no mês de dezembro as facções em luta chegaram a um acordo, oficializado no Pacto de Pedras Altas. Por esse acordo, a oposição aceitava o novo mandato de Borges de Medeiros que ficava, porém, impossibilitado de buscar uma nova reeleição.

Em 1924, Borges enviou efetivos da Brigada Militar gaúcha para combater o levante tenentista deflagrado, naquele ano, na capital paulista contra Bernardes. Logo, porém, foi obrigado a enfrentar rebeliões semelhantes em seu próprio Estado quando guarnições do Exército localizadas em cidades do interior se sublevaram sob o comando do capitão Luís Carlos Prestes.

Cumprindo o acordo de Pedras Altas, Borges afastou-se do governo gaúcho em 1928. Comandou, entretanto, o processo de sua sucessão, indicando o nome de Getúlio Vargas para substituí-lo. No decorrer de 1929, as articulações em torno das eleições presidenciais do ano seguinte levaram à ruptura entre mineiros e paulistas que, de acordo com a chamada "política do café com leite", vinham detendo a hegemonia sobre a política nacional nas décadas anteriores. Contrariados pela indicação do paulista Júlio Prestes como candidato situacionista à sucessão do também paulista Washington Luís, os mineiros decidiram articular uma chapa de oposição encabeçada por um gaúcho - Borges de Medeiros ou Getúlio Vargas. O próprio Borges, entretanto, optou pelo nome de Vargas. Formou-se, então, a Aliança Liberal. A campanha eleitoral foi a mais concorrida da República Velha, com grandes comícios sendo realizados em várias capitais brasileiras. Realizado o pleito em março de 1930, Júlio Prestes foi declarado vencedor. Borges pronunciou-se a favor do reconhecimento do resultado, declarando-se contrário qualquer tentativa de questioná-lo pelas armas. Dentro da Aliança Liberal, contudo, ganhavam força os elementos favoráveis a uma solução armada, destacadamente os seus membros mais jovens e os militares oriundos do movimento tenentista da década anterior, que desde a campanha eleitoral haviam, na sua quase totalidade, dado apoio a Vargas. Borges só decidiu apoiar os revolucionários dias antes do movimento contra Washington Luís ser deflagrado.

Com a instalação do Governo Provisório liderado por Getúlio Vargas e a anulação da Constituição de 1891, Borges logo começou a trabalhar para que o país voltasse ao regime constitucional. Nesse sentido, apoiou a Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, articulando, junto com outros líderes gaúchos, um levante no Rio Grande do Sul contra o interventor federal no Estado, Flores da Cunha, que, fiel a Vargas, enviara tropas para combater os paulistas. Por conta disso, Borges foi preso, passando a liderança do PRR a Maurício Cardoso.

Anistiado em maio de 1934, em julho do mesmo ano concorreu à presidência da República na eleição indireta realizada pela Assembleia Nacional Constituinte, reunida desde o ano anterior. Nessa ocasião, foi o segundo mais votado com 59 votos contra os 175 dado ao vencedor, Getúlio Vargas. Em seguida, elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Na Câmara fez parte das Oposições Coligadas (ou Minoria Parlamentar), bloco de oposição a Vargas no Congresso. Foi cassado em 1937 pelo golpe do Estado Novo, decretado por Vargas, mas mesmo assim divulgou manifesto de apoio à nova ordem. Afastou-se, então, da vida política.

Em 1945, foi aclamado como presidente de honra da seção gaúcha da União Democrática Nacional (UDN), mas não retomou a atividade política.

Morreu em Porto Alegre, em 1961.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

 

RONDA CHARRUA VENCE O ENART 2024


Presidente do MTG Ilva da Silva entrega o troféu de 
campeão do ENART aos dançarinos do Ronda Charrua


O CTG Ronda Charrua, da cidade de Farroupilha, conquistou o título de grande campeão na categoria de Danças Tradicionais – Força A do ENART 2024, após intensas apresentações realizadas desde sexta-feira (15) até este domingo (17), no Parque Oktoberfest, em Santa Cruz do Sul.

O evento, promovido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), contou com a participação de 4.500 competidores de 30 Regiões Tradicionalistas do Rio Grande do Sul, disputando em 25 modalidades diferentes. A finalíssima da Força A reuniu 20 invernadas previamente classificadas, que emocionaram o público com apresentações impecáveis, repletas de história e cultura gaúcha.

A avaliação foi pautada por critérios rigorosos, como a correção coreográfica, que priorizou a precisão e fidelidade dos movimentos às tradições gaúchas. A interpretação, a harmonia entre os dançarinos e a fluidez dos movimentos também foram fundamentais, além da avaliação paralela do musical, que integrou a música à dança.

“O ENART 2024 é uma demonstração rica da nossa cultura, com apresentações que sempre impressionam. O resultado é o reflexo do trabalho árduo e da paixão de todos os envolvidos na preservação das nossas tradições”, afirmou a presidente do MTG, Ilva Goulart.

A finalíssima de Danças Tradicionais – Força A do ENART 2024 durante o domingo foi marcada pela apresentação de 20 entidades previamente classificadas 

Classificação

DANÇAS TRADICIONAIS FORÇA A

1º lugar - CTG Ronda Charrua – 25ª RT

2º lugar - CTG Tiarayu – Porto Alegre – 1ª RT

3º lugar - DTG Poncho Verde – Panambi – 9ª RT

4º lugar - PTG Bocal de Prata – Osório – 23ª RT

5º lugar - CTG Rancho da Saudade – Cachoeirinha – 1ª RT




 Fotos e fonte: Site do MTG

 

 


domingo, 17 de novembro de 2024






 

 

REPONTANDO DATAS / 17 DE NOVEMBRO

 

NASCE JOSÉ CLAUDIO MACHADO

                                                                                                                              Foto: Léo RS 


Num dia 17 de novembro, de 1948, nascia na cidade de Tapes, RS, um dos maiores intérpretes da musicalidade regionalista do Rio Grande do Sul, José Claudio Machado.

"Zé" Claudio foi o grande vencedor da Califórnia da Canção Nativa em sua segunda edição, em 1972, época de ouro do grande festival de Uruguaiana com a clássica canção Pedro Guará, composta em parceria com Cláudio Boeira Garcia, vindo a se tornar numa das mais conhecidas de seu vasto repertório. Ela deu título ao seu álbum gravado em 1990.

O músico também ficou conhecido por interpretações em músicas como: Pelos, Milonga Abaixo de Mau Tempo, De Como Cantar Um Flete, Campesino e tantas outras. Teve duas passagens pelo grupo Os Serranos, a última na segunda metade dos anos 1980, quando gravou o disco Isto É... Os Serranos. Também gravou com Os Tapes, Bebeto Alves, Luiz Marenco e Mauro Moraes além de 14 CDs, o último deles Os Melhores Sucessos de José Claudio Machado, em 2007.

Foi um dos idealizadores do Parque da Harmonia, hoje identificado como reduto dos tradicionalistas sobretudo no período que antecede o 20 de setembro.

– Aquilo ali era primeiro um aterro, nós íamos fazer churrasco, passar o dia, jogar bocha. Um dia saiu um acampamento. E, quando se viu, era um parque – declarou, em uma de suas últimas entrevistas.

José Claudio Machado morreu no dia 12 de dezembro de 2011 aos 63 anos após ficar internado por seis meses para tratar de um enfisema pulmonar. 

A cidade de Guaíba, lugar aonde escolheu para morar em seus últimos anos e aonde ajudou a criar o festival Reculuta da Canção Crioula, no dia 21 de novembro de 2022, inaugurou uma estátua em sua homenagem. Tal monumento localiza-se no terminal hidroviário e leva a assinatura do artista mineiro Léo Santana.

Inauguração da estátua de José Claudio Machado, em Guaíba.






sábado, 16 de novembro de 2024

 

MATA O VÉIO



É de conhecimento de todos os Rio-grandenses que quando um gaúcho atravessa o Rio Mampituba rumando para outras querências a saudade do Sul se multiplica. 

Ando pelas bandas de São Paulo e, da minha sacada, em meio aos arranha céus do Bairro Brooklin, bombeio uma bandeira da terrinha. 

Querem matar o "véio".    


sexta-feira, 15 de novembro de 2024




46ª CALIFÓRNIA DA CANÇÃO NATIVA
MÚSICAS CLASSIFICADAS
















 

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

 

ENART 2024  

SANTA CRUZ DO SUL 



O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) prepara-se para viver dias de intensa emoção com o aguardado Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (ENART) em Santa Cruz do Sul. Considerado o maior festival amador de arte da América Latina, o evento reunirá, entre 15 e 17 de novembro, mais de 4.500 competidores em 25 modalidades artísticas e culturais, incluindo danças tradicionais, chula, declamação, trova e outros. O ENART destaca-se pela diversidade das apresentações e pela valorização das manifestações culturais e artísticas do Rio Grande do Sul, atraindo milhares de espectadores ao Parque da Oktoberfest, onde ocorrerão as danças tradicionais, conhecidas por lotarem o espaço e encantarem o público.
Para Ilva Goulart, presidente do MTG, este será um momento de união e reconstrução.
“Será o ENART da retomada para muitos gaúchos. Tivemos o Rio Grande assolado por enchentes, com CTGs que foram completamente inundados. Mas, com grande resiliência, a maioria das entidades trabalhou na reconstrução, auxiliando a comunidade, oferecendo alimentos e apoio. O ENART traz essa mensagem de superação e solidariedade”, disse.
Além das competições, a programação do Enart 2024 contará com atividades especiais para celebrar a cultura gaúcha. A Secretaria de Estado da Cultura promoverá, na sexta-feira (15/11), o “Encontro de Artes e Tradição Gaúcha na Comunidade”, um desfile temático que percorrerá o centro de Santa Cruz do Sul, começando às 15h30min na rua Ramiro Barcelos e finalizando na Rua Galvão Costa. No sábado, 16/11, a Praça Getúlio Vargas será palco da Mostra Artística, com diversas apresentações e um show de encerramento do Grupo Alma Gaudéria.
Programação
A cerimônia de abertura oficial está marcada para sexta-feira (15/11), às 17h30min, com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Medianeira e uma apresentação do DTG Poncho Verde, campeão do ENART 2023. Durante o fim de semana, as competições intensificam-se com eliminatórias e finais de algumas modalidades. No domingo, 17/11, o evento culmina com as finais das danças tradicionais, apresentações de danças gaúchas de salão e atrações inclusivas, como a dança gaúcha de salão adaptada para pessoas com deficiência intelectual ou múltipla, representando as 30 Regiões Tradicionalistas.
O ENART 2024 encerra-se com a apresentação do CTG Paixão Côrtes, vencedor do Fegadan 2024, seguido pela Dança da Integração. A cerimônia de encerramento está prevista para 19h30min de domingo.
Confira a lista completa de classificados no site do MTG, na aba "Notícias":

Fonte: Site do MTG





quarta-feira, 13 de novembro de 2024

 

HOJE 

JAYME CAETANO BRAUN 

UM SÉCULO DE ARTE  



Feira do Livro de Porto Alegre

Dia 13/11,  quarta-feira, 20h,

Travessa dos Cataventos

(Casa de Cultura Mário Quintana)  

Entrada franca

 

Jayme Caetano Braun, Um Século de Arte, espetáculo músico-poético que homenageia o Centenário deste grande autor  com:

Izabel L’Aryan e Renato Fagundes, cantores, e Pedro Júnior da Fontoura, declamador.

Com a banda:

Antonio Flores –violão

Matheus Krummenauer – violão

Miguel Tejera- Contrabaixo

Lucas Ferreira– acordeon

João Bauken - Bateria 


Produção: Fortuna Eventos Culturais Ltda

Patrocínio: Banrisul e Farmácias São João 

Apoio: CCMQ, Discoteca Natho Henn, Instituto Estadual de Música, Sedac RS.




 


terça-feira, 12 de novembro de 2024

 

REPONTANDO DATAS / 12 DE NOVEMBRO


No dia 12 de novembro, do ano de 1836, foi criada a
Bandeira da República do Piratini


 
Num dia 12 de novembro, do ano de 1836, foi oficializada a recém criada bandeira da República do Piratini. De acordo com alguns historiadores, a bandeira farroupilha foi desenhada em Buenos Aires, por Tito Lívio Zambeccari, republicano italiano que lutou no Rio Grande do Sul, ao lado de Bento Gonçalves. No livro História da República Rio-grandense do historiador Dante de Laytano, o autor diz que a  bandeira foi desenhada por João de Deus, um republicano paulista.

Muito se discute o significado da bandeira adotada, a opção da cada um vai de acordo de como se vê o movimento revolucionário, mas parece correta a interpretação que diz que eram as cores da bandeira Imperial separadas pelo vermelho da Guerra e da república, mostrando assim mais um cunho  federalista do que secessionista em si.

A bandeira era quadrada e não apresentava o brasão da República Rio-grandense, foi criada oficialmente por meio de decreto do dia 12 de novembro de 1836, assinado por Gomes Jardim e Domingos José de Almeida.

Com o fim da revolução farroupilha, ante o armistício assinado com as forças imperiais  a bandeira não caiu em esquecimento, há registro de seu uso numa brigada de voluntários gaúchos na Batalha de Tuiuti (24.05.1866)  na Guerra do Paraguai, que foi a maior batalha campal da América do Sul e em que os aliados foram vitoriosos.

Consta ainda, como símbolo da então Província de São Pedro do Rio Grande os galhardetes ditos de registro, que indicavam a província de origem dos navios mercantes brasileiros, tal informação consta do álbum da marinha francesa “Pavillons”, de 1858 (Album des pavillons, guidons et flammes de toutes les puissances maritimes). Esses galhardetes tinham a forma retangular, aproximadamente 1:16 e eram confeccionados de simples padrões geométricos representando bandeiras de sinal, lembrando muito as atuais flâmulas de Fim-de-Comissão que são hasteadas no tope do mastro principal navios.
 
 

Nota do blog: Vejam como é importante o trabalho de pesquisa quando da realização de algum filme ou documentário histórico. A imagem bem acima é da mini-série A Casa Das Sete Mulheres, da Rede Globo. Notem que a bandeira do grupo farrapo não condiz com nosso símbolo na época da revolução (imagem acima) que era quadrada.


segunda-feira, 11 de novembro de 2024

 

UMA BELA LEITURA EM FORMA DE POESIA

QUE TIVE A HONRA DE PREFACIAR


Por mais facilidade que tenhamos com o manejo das letras sempre é difícil expressar em palavras toda a representatividade daquilo que objetivamos retratar quando o autor a ser prefaciado é portador de tantos valores pessoais e qualidades literárias imensuráveis. Este é o caso específico do poeta, compositor, escritor, declamador e pesquisador da cultura gaúcha Alberto Boff de Sales.

Nascido na legendária Criúva, Caxias do Sul, berço fértil de grandes nomes da cultura serrana, Alberto de Sales trouxe de nascença o apego ao chão, o cheiro da terra, o borbulhar de fontes límpidas a correr nas veias. É um atavismo que rebrota ao longo dos tempos reaparecendo na alma dos descendentes mesmo passadas tantas gerações. Pois foi neste ambiente que Alberto de Sales viu nascer, fortificou e lapidou sua alma poética.....



No Silêncio dos Campos, revela com inúmeros ângulos a nossa cultura regional, dessa forma, quero motivar o apreço pela nossa gente, das nossas "coisas" tão difíceis de adquiri-las, naquela época. 

Somente com o Silêncio, percebemos sons e situações imperceptíveis aos olhos, valorizamos muito mais a um Berro de Touro, o qual não revela a sua razão, é bem por isso, que, com o "Silêncio, conseguimos escutar a Voz da Terra!".

Tenham uma ótima leitura, cada qual, com os seus silêncios. 

Alberto Sales.

domingo, 10 de novembro de 2024

 

HOJE É O DIA DA TRADIÇÃO NA ARGENTINA

 

Tal data é comemorada em homenagem a José Hernández.

 

 

 

 7ª COLHEITA DE VERSOS 

PREMIADOS 


POESIA - TEMA LIVRE:

Primeiro Lugar: O Velho, a Moura e o Portal do Tempo 

Autores: Rodrigo Bauer/Matheus Bauer

Declamador: Fábio Malcorra 

Amadrinhador: Fernando Graciola 


Segundo Lugar:  Não é o Fim 

Autor: Caine Teixeira Garcia

Declamadora: Paula Stringhi

Amadrinhador: Kayke Mello


Terceiro Lugar: O Tempo à Pilcha do Pobre  

Autor: Matheus Costa

Declamadora: Silvana Andrade 

Amadrinhador: Jean Carlo Godoy 


DECLAMADOR(A):

Primeiro Lugar: Aline Linhares

Poesia: Natividade

Autor: Carlos Hahn


Segundo Lugar:  Fábio Malcorra

Poesia: O Velho, a Moura e o Portal do Tempo 

Autores: Rodrigo Bauer/Matheus Bauer


Terceiro Lugar: Silvana Andrade

Poesia:  O Tempo à Pilcha do Pobre  

Autor: Matheus Costa


Modalidade AMADRINHADOR:

Primeiro Lugar: Fernando Graciola

Poesia: O Velho, a Moura e o Portal do Tempo 

Autores: Rodrigo Bauer/Matheus Bauer


Segundo Lugar: Jean Carlo Godoy

Poesia:  O Tempo à Pilcha do Pobre  

Autor: Matheus Costa


Terceiro Lugar: Kayke Mello, Vitor Lopes Ribeiro e Douglas Dihel

Poesia: Se Uma Tropa Cruzasse Aqui 

Autores: Kayke Mello/Vitor Lopes Ribeiro


Modalidade POESIA - TEMA ESPECIAL:

Primeiro Lugar: Tempo Tropeiro 

Autor: Rodrigo Medeiros

Declamador: Rodrigo Medeiros

Amadrinhador: Fernando Graciola


Segundo Lugar: Fraiburgo Revisitada

Autor: Moisés Menezes

Declamador: Romeu Weber

Amadrinhador: César Furtado


Terceiro Lugar: Fraiburgo Obra Divina 

Autor: Cândido Brasil

Declamador: Cândido Brasil

Amadrinhador: Jean Carlo Godoy


Modalidade POETAS CATARINENSES:

Primeiro Lugar: De Barro e Capim  

Autor: Milton César Hoff

Declamador: Pablo da Rosa

Amadrinhador: Juliano Lemos



sábado, 9 de novembro de 2024

 

É HOJE 




sexta-feira, 8 de novembro de 2024

 

NOVOS ESTUDOS SOBRE NOSSA BANDEIRA 



No Almanaque Gaúcho da Zero Hora de ontem, 07, o jornalista Leandro Staut aborda uma importante matéria aonde o professor Edison Hüttner, da PUC, traz uma nova versão sobre a criação da bandeira Rio-grandense. 

A tese do catedrático está alicerçada em uma tela exposta na Itália, no Museu Cívico do Ressurgimento, na escola de Bolonha, aonde aparece Tito Lívio Zambeccari, Italiano que lutou na Revolução Farroupilha. 

Segundo historiadores Títo Lívio, que foi preso na Batalha da Ilha do Fanfa juntamente com outros farroupilhas, é o criador da nossa bandeira, antes mesmo de começar a Revolução. 

No fundo da citada tela aparece um Lanceiro Negro com a bandeira, apenas com as cores em posição invertida. 

É uma leitura instigante e uma exposição com a reprodução da tela e as conclusões do professor Hüttner e de outros pesquisadores será inaugurada no dia 12 de novembro, as 18h, na Famecos, na PUCRS. A visitação será gratuita.

     

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

 

CALIFÓRNIA ESTUDANTIL  




Oportunizar que novos valores tenham espaço entre artistas consagrados é um dever dos festivais nativistas. A renovação se faz necessária para a continuidade da musicalidade regional. 

E a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, a Mãe de todo o movimento festivaleiro, oferece seu palco sagrado para que isto aconteça. 

Quantos e quantos nomes ficaram reconhecidos via  apresentações neste grandioso evento? Citamos como exemplo o uruguaianense César Passarinho que possuía um histórico local de grande intérprete carnavalesco mas que, a partir da Califórnia da Canção Nativa, forjou clássicos e tornou-se no imortal cantor de todos os Rio-grandenses.   

Pois agora a "Califa", em sua 46ª Edição, oferece as luzes de sua ribalta para nossa juventude através da Califórnia Estudantil. 

Entrem no Site e façam suas inscrições. Mas atenção: O prazo encerra-se no dia 10 de novembro, ou seja, domingo vindouro.

  


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

 

REPONTANDO DATAS - 06 NOV


Bento Gonçalves
 

Num dia 06 de novembro, do ano de 1836, acontecia na cidade de Piratini a primeira eleição dos farrapos para reger os destinos da República Rio-grandense. 

Foi eleito para presidente Bento Gonçalves da Silva que, por encontrar-se preso no Rio de Janeiro após a derrota farrapa na Ilha do Fanfa aonde diversos republicanos foram feitos prisioneiros, assume o comando seu vice José Gomes de Vasconcelos Jardim.


Gomes Jardim




terça-feira, 5 de novembro de 2024

 

GUIRLANDA GAUDÉRIA 


Porta do Rancho em 2023

Não sei se vocês lembram mas no natal de 2023 eu resolvi seguir na minha sanha de amante das nossas tradições e coloquei na porta do rancho minha bota, em substituição a enfeitada bota do Papai Noel, respeitando o bispo São Nicolau, inspirador do Bom Velhinho, que depositava suas doações aos pobres dentro de meias ou botas, dependuradas para secar, nas lareiras das casas. A ideia não foi muito bem aceita pela família pois preferiam uma guirlanda. 

Guirlanda é um adorno natalino feito com flores, frutas e/ou ramagens entrelaçadas. O uso da guirlanda refere-se a Roma Antiga, pois para os romanos oferecer um ramo de planta significa um voto à saúde, proporcionando o costume de enrolar os ramos em uma coroa.

Pois ontem recebi esta guirlanda em forma de cabeça de potro, com cincerro e buçal de corda chata, da artesã e grande amiga Fernanda Lima que há tempos não vejo. Ela escreveu assim no cartão: 

"Léo. O melhor presente que podes dar é o tempo que dedicas a alguém. 

Aqui vai um mimo para o gaúcho que dedica muito do seu tempo a disseminar a cultura gaúcha. 

Fernanda".

O fone do Tramas e Fios, estúdio de criação do qual a Fernanda é proprietária é (51) 99729-9053

Muito obrigado pelo lindo regalo, minha querida amiga. 


Porta do Rancho em 2024






segunda-feira, 4 de novembro de 2024

 

SEM NOÇÃO


Uma dúvida que paira entre produtores e organizadores de festivais de música e poesia é se os mesmos devem publicar, antes da triagem, os nomes dos avaliadores de cada evento. 

Uns acham que o festival deve ser transparente desde o início, ou seja, nominando a comissão já no regulamento pois "dependendo da comissão julgadora nem se manda trabalho algum".  

Outros acham que o rol de avaliadores deva ser divulgado somente após os trabalhos selecionados ganharem publicidade. 

E qual a justificativa desta segunda corrente? A preservação dos próprios jurados. 

Tudo isso em virtude da falta de noção de muitos concorrentes que fazem pressão para que sua obra (que para eles sempre é a melhor) seja escolhida para subir ao palco. 

É impressionante a falta de discrição de muitos compositores que chegam ao ponto de mandar sua música diretamente aos jurados para que eles "opinem" sobra a mesma.

E nunca falta a frase que é o chavão entre estas pessoas: - Olha com carinho a minha música. 




   

domingo, 3 de novembro de 2024

 


DANDO UMA DE MEXICANO

Hoje vamos dar uma de mexicanos que ao contrário de chorar seus mortos no dia de finados, prestam suas homenagens com altares coloridos, comidas, bebidas e cantorias. Cada sociedade enfrenta a morte de maneiras diferentes, mas os mexicanos o fazem de uma forma muito particular.


A Gaita do Falecido - Honeyde Bertussi

No México, a morte é motivo de festa: altares coloridos, panteões iluminados, ruas cobertas de laranja com a flor de calêndula, comida, bebida, música, caveiras e catrinas — uma representação do esqueleto de uma dama —, tudo isso para homenagear a memória daqueles que não estão mais lá.

O Dia dos Mortos – ou Dia de Los Muertos, em espanhol – é uma tradição emblemática da cultura mexicana. Em 2003, a UNESCO declarou-o Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

São vários dias de celebração e ritual para lembrar os entes queridos e familiares cujas almas, segundo o costume, regressam por uma noite para partilhar com o mundo dos vivos.

E para lembrá-los e recebê-los no retorno ao mundo terreno para compartilhar com os vivos são montados altares cheios de cores, sabores e cheiros: flores de calêndula, caveiras de açúcar e chocolate, pão dos mortos, água, velas, frutas, vinho, mole e todas as comidas e bebidas favoritas de nossos ancestrais.

O Dia dos Mortos tem origem nas raízes indígenas das culturas nativas da Mesoamérica, segundo os historiadores, para se fundir com as crenças católicas e dar origem a um feriado que continua a evoluir ao longo do tempo. 

Com a chegada dos espanhóis, foram incorporados outros elementos e práticas que são reflexo do sincretismo entre duas culturas: a visão de mundo dos povos indígenas e as crenças religiosas do catolicismo.

“Os europeus colocaram algumas flores, ceras e velas e a cruz. Os indígenas acrescentaram o incenso ao seu copal e a comida e a flor de calêndula (Zempoalxóchitl)”, afirma o Instituto Nacional dos Povos Indígenas (Inpi) do México.

E o resultado de tudo é muita alegria no Dia de Los Muertos.